Depois de 5 anos, cá estou relembrando da expectativa que
circundava minha vida na segunda semana do mês de abril do ano de 2008. Eu estava para
me iniciar num trabalho novo. Largar toda aquela minha vida maluca para me
adaptar a uma rotina de 'servidor público'. Eu nunca havia pensado em mim assim,
atrás de uma mesa, carimbando papéis, atendendo ligações e tomando cafezinho o
tempo todo, mas, para a minha surpresa, eu A. D. O. R. E. I.!
No dia 14 de abril de 2008 eu comecei a trabalhar no Conselho Federal de Medicina e adorei ter rotina. Adorei ter
hora pra entrar e pra sair, hora pra lanchar, hora de escovar os
dentes e hora do mutirão para alguma tarefa extra.
Foi
nesse novo ofício que, durante cinco anos, entre plenárias, papéis carimbados e
juntados, gráficos coloridos, telegramas enviados e ligações atendidas de gente
que, na maioria das vezes, eu não pude ajudar, eu conheci pessoas maravilhosas!
Pessoas com a habilidade de
transformar a rotina chata em piada; pessoas que choram e que riem com
facilidade; pessoas admiráveis, pessoas competentes, pessoas incríveis que são frágeis, mas também sabem ser fortes; pessoas que
acertam, pessoas que erram; pessoas que perdem, pessoas que vencem; pessoas
desligadas; pessoas neutras; pessoas de todos os tipos e tamanhos. E no meio de
tanta diversidade eu só podia aprender e crescer!
Descobri, com a convivência
rotineira, grandes amizades. A começar pela menina de trancinhas,
que tem até nome esquisito: Uiana, mas, que me inspirou uma confiança sem tamanho e tão rapidamente me fez aprender o oficio de ser uma colaboradora do Setor
de Processos. E, se eu não me saí tão bem, a culpa é sua, viu Uiana?
Não
posso deixar de falar dos meninos, Peter e Danilo que, logo no início, foram
tão atenciosos e até me ensinaram a usar a máquina pra pegar chocolate quente. Tenho
que falar da Ana Cristina Rezende Costa (ex-Silva) que sempre iluminou o setor
com sua alegria e espontaneidade e, claro, da Marzi, a chefona, de quem eu
morria de medo, mas com o passar dos dias fui aprendendo a admirar. Mary, Flávia, Leda, Flávio que sempre me deram uma força no trabalho e também o Nilo, a Raquel
(minha subordinada de quem vou sentir muita falta) e o Geraldo que chegaram
depois.
E com todo o meu carinho, levo as
melhores lembranças das minhas amigas: Jeane (que, além de me influenciar de
maneira tão positiva, me ensinou coisas de vida que vão além das palavras),
Laryssa (que chegou com aquele jeitinho empinado, mas que logo se mostrou uma
figura tão querida, criativa, com um humor tão inteligente, com quem eu dividi
a autoria de ideias amalucadas que só deram certo porque a gente fez com todo
carinho) e Cris (que chegou depois, mas conseguiu, mesmo sendo tão Cris, um
espaço no meu coração).
É claro que existem muito mais
coisas subjetivas e grandiosas que não dá pra dizer sobre todos vocês e sobre os anos que fiquei aqui, no Conselho. Mas, como a vida tem que rolar, e a vida é agora, o
medo que um novo desafio me traz só é superável porque eu sei que tudo o que vivi e aprendi durante esses exatos 5 anos, dentro e fora do CFM, trouxeram-me momentos únicos, experiências inestimáveis e pessoas maravilhosas, que agregaram à minha existência a certeza de que a vida estará sempre a me mostrar novos rumos, novos sonhos, novas possibilidades!