Escorrem doces, mágicas, sonoras
Inebriam-me os pensamentos
Levam-me à existência
Consolam, ensinam, fortalecem
Desde o sopro da vida
Ressoam como sinos
Atravessam séculos e dinastias
Formalizam o nascer e o morrer
Os ajuntamentos e desajuntamentos
Instituem leis e sentenciam!
Jurisprudência, juramento e prudência
Vomita a dor, Suspira o amor
Torna-nos civilizados
Ah... Se eu pudesse retê-las!
Guardaria todas em cestos de margaridas
E em momento oportuno
Espalharia somente as palavras mágicas
Despertando paixões
Ressuscitando fábulas
Contando histórias
Preenchendo páginas
Decretando Amor
Promovendo Paz
Mas, eu, insignificante mortal
Não poderia dize-las todas
Mesmo se todos os cestos de margaridas do mundo
Estivessem ao meu dispor.
Donas de si mesmas,
Não aceitam ordens, nem cronogramas
Aprisionadas em planilhas
São livres na imaginação
Negritas ou itálicas
Superam o natural, transcendem!
Ditas, escritas, cantadas, declamadas
Suspiradas, sussurradas ou silenciadas
Dissecam almas!
Abrem caminhos!
Revelam horizontes!