sábado, 6 de agosto de 2016

eterno instante

nas linhas, nos sonhos
mas perdições inadequadas 
do ser que vagueia
trôpego, torto
tilitanteante
tonto


leite derramado 
sangue escorrendo
pelas veias da cidade
enquanto nas vias
as poças acumulam
esquecimento


piso e percebo o chão
onde boto meus pés


minuto de existência
único
in-exato
experimental e inaugural
ineditismo sem conformismo
eternidade é agora
instante presente:
único caminho para o 
e-terno
em seus fôlegos de vida


se tenho lama ou
resquício de esgoto nos pés 
tenho um instante 
em q não sou só eu:
me conecto a um outro tipo 
de vida, de existência
de fluidez e leveza 


os carros indo e vindo
os sons, as sinalizações 
as várias distrações humanas
q me cegam para o essencial 

<<por que eu,
assim como os rios,
não me deixo levar
para o mar?>>