sexta-feira, 14 de outubro de 2016

procrastino
e aguardo a
redenção 

do quê devo me salvar
se é só isso q me resta?

gotejo
tento me
conter
entre as rachaduras
desse barro já torrado

enverga e deixa 
escorrer-se pela
boca do vaso
[que eh por onde as palavras saem]

sou como o filtro de 
barro seco
esperando encharcar-me 
de água
para ser bebida
doce
e saciada, saciando
a sede
a minha sê de
a 'dela' sede
a nossa sede

meus lábios 
desejam seus lábios
como se fossem 
a última fonte de água
do universo 

[e num eh que às vezes eu penso q eh mesmo]

nunca saciados 
me conformo com 
as gotas de chuva 
no vidro da janela
q me protege 
do tempo 
do relento
de mim