quarta-feira, 29 de março de 2017

a casa
a vida do ipê
a lua, essa de cá
essa de lá
de cima
do céu
do alto
a minha em capricórnio
mostrou caminho
e eu me vi mulher
nesse canto de cá
que era pra erradicar invasão
e erradicou a solidão
de mim mesma.

não mais só
nem mais ausente
água com hortelã e gengibre
mata minha sede
as folhas e ervas
que lavam meus pés
me faz ver território
e pedaço de mim e
daquilo tudo que só agora
existia e existe na eternidade
sem fim nem começo
esse simples e gostoso agora
que a gnt anda aprendendo a viver
aqui na casinha...

a gnt se embala uma à outra
em cantos
e
voz acorde tecla corda
e batidas
e sonhos e escolhas e medos
se fundem
e a gente existe
e se recorda daquela dor antiga
de não poder ser
e ser
mesmo assim, doendo
só pra mostrar que a gente pode

a gente pode sim cantar!