domingo, 28 de abril de 2019

expurga urja
tudo que não devia taí
mas ainda tá 

[e só ainda existe
pra você falar sobre essa coisa
que ninguém, acho, sabe o nome]

essa coisa que explode
sangra acelera pausa
clarividência gera
ciência anotada aos rabiscos no caderno
nunca eu imaginava que poema
podia ser esquema 
de cálculo matemático 
só algo assim enigmático 
sem explicação nem razão 

pra mim arte é isso
mas não é só isso meu bem

as pétalas amarelas que eu joguei 
pelo caminho
me trouxeram ao rumo de volta 
e eu escolho agora pedra a pedra
que fundamenta meu destino 
e tem história e tem memória 
fotografia imaginação e luz
passado e futuro 
fundidos no hoje 
agora momentâneo
um instante único 
que não volta 
mas que se repete 
e se tropeça e se repete
e recomeça e se repete
e a magia tá nas
portas abertas
nos muros derrubados
nos cadeados destrancados
nos portais atravessados
e nesse tudo todo 
que vai entrando
me revelando 
imagem luz
fotografia 
reflexo 
flash

um instante de mim...!