expurga urja
tudo que não devia taí
mas ainda tá
[e só ainda existe
pra você falar sobre essa coisa
que ninguém, acho, sabe o nome]
essa coisa que explode
sangra acelera pausa
clarividência gera
ciência anotada aos rabiscos no caderno
nunca eu imaginava que poema
podia ser esquema
de cálculo matemático
só algo assim enigmático
sem explicação nem razão
pra mim arte é isso
mas não é só isso meu bem
as pétalas amarelas que eu joguei
pelo caminho
me trouxeram ao rumo de volta
e eu escolho agora pedra a pedra
que fundamenta meu destino
e tem história e tem memória
fotografia imaginação e luz
passado e futuro
fundidos no hoje
agora momentâneo
um instante único
que não volta
mas que se repete
e se tropeça e se repete
e recomeça e se repete
e a magia tá nas
portas abertas
nos muros derrubados
nos cadeados destrancados
nos portais atravessados
e nesse tudo todo
que vai entrando
me revelando
imagem luz
fotografia
reflexo
flash
um instante de mim...!