o daniela convida é a materialização, em húmus, de algo que eu sempre sonhei mas não sabia como realizar! sempre sonhava grande ou embaixo demais.
coisa difícil pra mim é esse tal de caminho do meio.
recheio fica onde mesmo?
e o entre o “par”?
e onde fica o coração?
e a terça? maior ou menor?
sei lá!
terceira, quinta, sétima
séries, graus,
reprováveis?
por que isso me veio?
me vejo em segurança aqui no meu quarto
só
a navegar nesse oceano infindo que é ser eu
coisa rara é eu dizer isso
porque tenho medo
sempre tive medo dessa tamanha leoa aqui dentro
que adormece
finge que no escuro a gente não vê nada
dorme e sonha pesado com a densidade da selva
quando a visão fica muito mais precisa na escuridão
cada detalhe
rosto desenhado em bunda de formiga
a cera da vela pinga
a minha retina cinza escurece na pupila dilatada e límpida
como por dentro da fumaça
vejo o que os meus olhos nunca tinham visto
nem olhos viram
nem ouvidos ouviram
eu sei que ainda tem muitas coisas que eu nunca vi e outras que eu nunca verei e todas as outras sou eu!
de repente um flyer, uns convites, um nome., um projeto.
com início, meio e fim. impossível não ser resistência nesses tempos mas que eu seja a minha maior residência!
e aqui estou
aqui estamos
eu para celebrar um ato antigo q muitas das minhas irmãs fizeram: se juntar pra cantar
conduzir o canto como se fosse uma forma de manter o fogo aceso
acorde tecla petala aço
estribeira
num alto de uma ribanceira eu sei: é mais fácil cair
escorrego
cautelo cutelo
medo perpassa frio num fio fino da minha medula espinhal
e de alguma forma (q eu não sei como) chega no meu coração.
e eu me vejo toda amor!
amor em toadas
entoadas as suas facetas
boas e ruins
eu que não me atrevo a separar o bem do mal
bora lá? bora começar esse show?