terça-feira, 19 de maio de 2009

Um pedacinho de Pablo Neruda...

Saberás que não te amo e que te amo
Posto que de dois modos é a vida,
A palavra é uma asa do silêncio,
O fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de amar-te nunca:
Por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
Em minhas mãos as chaves da fortuna
E um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo.
Pablo Neruda