procrastino
e aguardo a
redenção
do quê devo me salvar
se é só isso q me resta?
gotejo
pingo
tento me
conter
entre as rachaduras
desse barro já torrado
-enverga e deixa
escorrer-se pela
boca do vaso!
[que eh por onde as palavras saem]
sou como o filtro de
barro seco
esperando encharcar-me
de água
para ser bebida
doce
e saciada, saciando
a sede
a minha sê de
a 'dela' sede
a nossa sede
meus lábios
desejam seus lábios
como se fossem
a última fonte de água
da minha terra
[e num eh que às vezes eu penso q eh mesmo]
nunca saciados
me conformo com
as gotas de chuva
no vidro da janela
q me protege
do tempo
do relento
de mim