sábado, 1 de outubro de 2016

procrastino
e aguardo a
redenção 


do quê devo me salvar
se é só isso q me resta?


gotejo
pingo
tento me
conter
entre as rachaduras
desse barro já torrado


-enverga e deixa 
escorrer-se pela
boca do vaso!
[que eh por onde as palavras saem]


sou como o filtro de 
barro seco
esperando encharcar-me 
de água
para ser bebida
doce
e saciada, saciando
a sede
a minha sê de
a 'dela' sede
a nossa sede


meus lábios 
desejam seus lábios
como se fossem 
a última fonte de água
da minha terra 


[e num eh que às vezes eu penso q eh mesmo]


nunca saciados 
me conformo com 
as gotas de chuva 
no vidro da janela
q me protege 
do tempo 
do relento
de mim