terça-feira, 12 de junho de 2018

eu continuo imaginando minha mão no seu corpo deslizando buscando 
o som
o desenho
a forma
o desconvexo
se abrindo na minha palma
curva pele
curta respiração
curto fôlego
curto você todinha
dos nervos do pescoço ao dedinho do pé
e cada bochecha e lábio e testa 
e fio de cabelo grudado em mim

imaginando seus sons 
saindo miúdos gemidos
até explodirem com o corpo todo 
no meio do prazer
gemido ápice
inteiro de prazer!
e eu não sei o que me dá:
loucura!
inteira me dando pra você
arreganhada aberta inteira
de dentro pra fora
funda tão funda que dá até medo de entrar
porque eu já aviso logo
aqui dentro é que nem noite sem lua
escuro
mas quando se olha de perto
dá pra ver uns detalhes besta 
que se tivesse na luz do dia nem se prestava atenção

foi ela que me disse pra eu não ter medo da noite!
foi ela que me ensinou a ver muito mais profundo no escuro
eu aprendi foi com ela a observar inseto
grilo 
muriçoca
vagalume
borboleta
joaninha
pulga e

aranha