um mundo
onde as pessoas
e as escolhas
são termais
quentes frias
agonizantes
em seus processos de alquimia
me acha uma saida?
antes que eu tropece de novo e de novo
até não ter mais volta
nem descida
e aí é que tá o gosto
das coisas
e maneiras
e jeitos,
[aquele jeito de covinha e olhinho de pelo menos vinte e três existências nela passando aqui em mim]
e gestos
e palavras
e sensações
sem palavras...
um gosto doce de esperançar
como esperançava a menina de catorze anos
e abraça-la magrinha
decidida que eu seria
daquele jeito que ela queria
e a gnt depois via como fazia
e quebrava e juntava os cacos
e colava e amassava tudo de novo
e os dois:
um do ferro, outra do fogo
forjando, cutucando, limpando
transformando
e eu aqui nesse processo
até hoje nessa jornada sem fim
enquanto tiver caminho pra andar
e corpo alma pra amar