terça-feira, 26 de junho de 2018

o meu corpo é a casa do meu amor.
da ponta dos dedos
ao fundo do peito
eu te amo e me derramo por todos os orifícios poros
lugares e sensações
e a minha voz em gemido
vez em quando chama seu nome
só pra eu me escutar e
acreditar q vc tá perto.

hoje foi o dia do meu choro
corpo sofrido
alma lenhosa em fogueira
brasa de um amor eterno
desde antes
desde 1920
desde acampamentos
e dança e canto e tambor
pra manter o fogo aceso

hoje o meu corpo chora
uma fagulha desse amor
entardecer
dor
anoitece o dia
esfria o calor
que ainda chama
ainda há chama
e queima e
resseca meus olhos
e meus lábios que clamam
por seus beijos famintos, desejosos!
umidade me invade
me molho só de pensar
e o jeans, já sabe como fica, né?

o meu corpo é a casa do meu amor
e queima em fogo antigo de reduzir
às cinzas, racionalizar, traduzir 
tudo em palavras
e eu sei q sim
sei q devo acreditar só nas palavras
e seguir
renascendo das cinzas!