eu tirei daqui de dentro
tirei daquele jeito estupido mesmo
dolorido arrogante venenoso
um tanto de palavra junta
reclamando atenção
e fui vendo
que nunca se tratava de mais ninguém
além de mim
só eu, só
solidão nunca foi meu forte
e era uma criança brigona, que agora,
gritava por espaço
berrava acusava
apontava e atirava
usei as armas que achei
e quando derramei
sangrou o veneno grosso do nojo
gosmento da teia que nos une as pessoas
contratos afeições deveres moral
fio queimando derretido pelo ácido
fétido hálito
esperança pavorosa para os filhos do fogo
qualquer coisinha estoura pólvora
uma criança crismando fé
certeza de um futuro celestial
sem jamais dar o cú!
retorna, vai?
volta praquele estado em que a carne era tudo
e que a palavra concupiscência nunca existiria...
eu você olho veia consciência
e que a palavra concupiscência nunca existiria...
eu você olho veia consciência
encontro e certeza!
só agora sou eu!
não só uma criança brigona por natureza
de ser mulher e reivindicar atenção só dela!
não só aquela maluca ciumenta vomitando odiosas dores escondidas
não só o pecado da áspera palavra
estilhaços pra todos os lados
era eu recebendo amor
amor que me invade e molha a fonte mais profunda daquela antiga correnteza
tão minguada
brotando alimentando os rios os mares
de mim
eu eu marejei
marejava
meus olhos meu sangue minhas veias
um tambor batendo lembrando
que amor é pra ser vivido
passo a passo compasso
passado
ufa!
passei
passei