era quatro e quarenta quatro
eu acordo.
portão, cadeado, livro e costelas
tudo aberto
abri também o aplicativo
e o tanto de papo em aberto:
um beq por fumar
uma mensagem de saudade
luna negra
lunação de capricórnio
em fim
essa minha suada sede
cegueira q se vê
te lê pelo toque
e depois de voar mundo,
ir procurar a lua na rua
[bicha solta nesse céu sem moldura]
olho pro lado e sinto cheiro
que bebi sede
que amei cedo
que culpei travesseiro
ocupado do meu ombro a braço
e cobri meus pés daquele vento frio
de hélices a cortar o ar
imagino minha sombra no vento
e eu me olhando daqui, de lá
sinto que ausência minha de toda parte
é pra lembrar
que só dá pra estar mesmo
no meu lugar.
Fev de 2018